Aquiles Priester, baterista do Hangar e ex-Angra, era fã de Paul Di'anno, quando o inglês era líder do Iron Maiden. Anos depois, o brasileiro foi convidado a gravar um CD com Paul e sair em turnê. Dez anos após essa tour, os dois se encontrarão novamente em Fortaleza. Portanto, nada melhor que o próprio Aquiles para entrevistar Di'anno para o Diário do Nordeste. O bate-papo você confere aqui
Aquiles: Como está sendo essa sua nova turnê comemorando os 30anos de lançamento do 1º disco do Iron Maiden?
Os primeiros shows foram incríveis, estou muito feliz com a receptividade do público. Estou muito ansioso por essa turnê, principalmente pelo fato de poder chegar a cidades onde a muito tempo eu não visitava, como por exemplo, Fortaleza.
Aquiles: Enquanto você está tocando essas músicas hoje em dia, você encontra alguma relação ou lembrança da época em que você as tocava com o Iron Maiden?
Paul Di'anno: Na verdade, não. O contexto é outro. Não fico pensando na época que eu estava no Maiden. No entanto, algumas músicas realmente me tocam quando as executo, algumas músicas que eu não cantava há muito, muito tempo, e o maior exemplo que posso citar é a música “Strange World” (do primeiro álbum do Iron Maiden)
Aquiles: Esse set list é exclusivo para o Brasil ou faz parte da sua turnê mundial?
Paul Di'anno: Esse set list que estamos fazendo está sendo executado apenas aqui no Brasil e na Austrália. Na verdade, eu nem ia fazer uma tour dessas, mas quando eu vi que o próprio Iron Maiden não fez nada comemorativo ao lançamento de seu primeiro álbum, eu achei que era uma justa homenagem a um álbum clássico do heavy metal mundial.
Aquiles: Novamente você está fazendo uma turnê pelo Brasil acompanhado de músicos brasileiros e dessa vez você está muito bem acompanhado da banda Scelerata, certo? Qual a diferença dos músicos brasileiros em relação aos outros que você já tocou ao longo de sua carreira?
Paul Di'anno: Olha… eu toco com muitos músicos ao redor do mundo, mas os músicos brasileiros são os melhores! O motivo de eu não trazer os meus próprios músicos é que assim, dessa maneira, os custos ficam mais baixos, pois a logística de trazer 5 músicos da Europa é complicada demais, e mais do que isso, cara. E aí acabaria sobrando para o público, que teria que pagar por um ingresso mais caro. Dessa maneira, eu posso levar o show para mais lugares, por um preço justo para um público sedento por heavy metal como o brasileiro. Esse é o sentido de tudo, eu não estou nessa por dinheiro, estou nessa porque amo o que faço.
Aquiles: Quais são as suas lembranças daquela turnê e que repercussão o disco “Nomad” teve na sua carreira fora do Brasil?
Paul Di'anno: A turnê foi fantástica. Aquele álbum realmente é maravilhoso. O que foi muito frustrante na época foi o fato de ainda não conhecermos os caminhos da indústria musical, e como foi difícil por não conseguirmos lançar o álbum no mundo todo. Fica o sentimento que “Nomad” tinha muito mais o que falar, muito mais o que repercutir.
Aquiles: Depois dessa sua extensa turnê pelo Brasil quais são seus planos?
Paul Di'anno: Bom, eu estou sempre experimentando coisas novas na música, junto com meu produtor musical na Alemanha. Não sei ainda o que vai sair daí, vamos ver. Depois dessa tour, eu tenho alguns shows na Polônia e depois eu volto para Escola. Sim, escola de tatuagem, renovar minha licença de tatuador, pois pretendo em breve abrir uma grande loja de tatuagem em São Paulo. Na verdade, sempre que posso, venho ao Brasil, meio que escondido. Eu amo o Brasil.